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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

HISTORIA

COFFEEA: a Photo Book by Marcos Piffer

Thiago Sousa

Aos “loucos” por café e arte: este é um livro de fotos simplesmente deslumbrante!

Publicado pelo próprio Marcos Piffer, o livro, na realidade um impressionante acervo de belas fotos em profissionais Preto & Branco, é o resultado de mais de 50 viagens que ele realizou às mais diversas origens brasileiras de café desde 2003, quando realizou um trabalho fotográfico para uma empresa.

Marcos centrou suas lentes e abriu foco basicamente em rostos e expressões das pessoas que fazem a saga do café.

Sua primeira foto é justamente uma em que ele captou o mágico momento que antecede a floração, conhecida como “Fase Vela”, pois as pétalas, estimuladas pelo relógio biológico do cafeeiro, ganham um formato que lembra as antigas velas em castiçais.

Isto é emblemático, pois sugere o início da saga que será apresentada ao longo de mais de 150 fotos.

Da mesma forma, Marcos deu grande importância ao plantio do café, quando um dos grupos mais numeroso de fotos desfila, captando diferentes detalhes.

Naturalmente, a colheita recebeu o maior destaque.

Agora, o nome do livro é muito interessante: “COFFEA - O Café no Brasil no Século XXI”.

Considerei, no mínimo, instigante, a escolha do subtítulo. Afinal, o Brasil é reconhecido pela sua cafeicultura de vanguarda, com os mais renomados centros de pesquisa, ao mesmo tempo em que o parque industrial oferece uma gama de máquinas e implementos nem de longe sonhados em outras origens produtoras.

No entanto, retratar fortes imagens, ainda mais dramáticas em P&B, e que, se cuidadosamente, você se lançar às viagens que cada uma pode lhe proporcionar, a impressão que se tem é a de que tudo não passa de um longo retorno ao passado.

A verdade é que ainda é uma minoria que desfruta de toda a tecnologia disponível, o que nos faz pensar de que, na realidade, muito do que ainda se pratica na cafeicultura do Brasil se mantém desde que o Vale do Paraíba abrigava os primeiros “Barões do Café”.

Há uma ponto positivo nisso: o toque humano é imprescindível, seja ao habilmente colher somente os grãos mais maduros, seja ao manejar os grãos no terreiro, durante a secagem, com um ritmo que nem todo DJ consegue reproduzir..  

Com textos de Eduardo Carvalhaes Jr, Simonetta Persichetti e Soren Knudesen, o livro pode ser encontrado na livraria FNAC. São mais de 200 páginas, em formato 25 cm x 33 cm, com acabamento em alto luxo.

Sem dúvida, algo para ter em sua estante. 

Sustainable Coffees: Cafés do Espírito Santo – 2

Thiago Sousa

Tornar viável os negócios para os pequenos produtores é o grande desafio, pois para isso é necessário mudar muitos paradigmas.

Como coloquei anteriormente, grandes grupos afirmarem que praticam a sustentabilidade pode soar fácil ou mesmo oportunista, pois é um discurso que cativa e é parte das exigências dos novos consumidores. No entanto, fazer com que os pequenos e familiares efetivamente possam participar desse processo, onde o principal fundamento é a viabilização dos negócios e sua manutenção, o que gera a verdadeira Sustentabilidade, pode ser resolvido através de esforços conjuntos das iniciativas privadas, públicas e o compromisso dos próprios produtores.

O nome que tem sido empregado para este tipo de negócio é o FAIR TRADE, que numa tradução livre seria algo como “Comércio Justo”. Sua imagem tem sido associada a produtores miseráveis, funcionando muito mais como esmola do que um estímulo a uma produção sustentável.

Creio que uma nova máxima para esse mercado é o de “Rimar Sustentabilidade com Prosperidade”. Até porque se você dá esmola durante muito tempo para uma pessoa e esta não evolui, algo está errado no modelo. Não foi criado nada que tenha sustentabilidade, mas, sim, acomodação e clientelismo.

O modelo que tem se mostrado cristalino dentro dessa nova visão, em que a Sustentabilidade anda junto com a Prosperidade é o desenvolvido em Venda Nova do Imigrante, ES, cujo desenho pode ser compreendido através das palavras do coordenador da PRONOVA, cooperativa daquela região e responsável pelo suporte e organização dos produtores, Evair Viera de Melo.

Acompanhe:

18 de junho de 2008: Cem anos por um grão de café

Thiago Sousa

100 anos de Imigração Japonesa no Brasil!

Foi o fluxo de imigrantes mais bem datado em nosso país, pelo fato de virem de um outro tão longínquo e com pessoas de traços muito diferentes dos ocidentais. Em 18 de junho de 1908 atracou no Porto de Santos o navio Kasato Maru, trazendo as primeiras 165 famílias japonesas para o Brasil.

E sabem quem foi o responsável por tudo isso?

Sim, se você respondeu o café, acertou em cheio!

Vamos lembrar: na segunda metade do Século XIX o Brasil já havia assumido o posto de maior produtor mundial de café, porém sua produção era toda conduzida por mão-de-obra escrava. Com a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, extinguiu-se a escravidão, após uma sucessão de leis que já prepararam o caminho para este desfecho, como a Lei do Ventre Livre.

Sem escravos, os fazendeiros de café tinham de repor a mão-de-obra, fazendo surgir com mais intensidade os fluxos de imigrantes, incialmente da Europa, e, depois, do Japão.

O Japão no início do Século XX estava com sua economia abalada por diversas guerras travadas no Oriente, além do que havia uma forte necessidade de iniciar sua integração à Revolução Industrial. Caso ainda não tenha visto, o filme O Último Samurai (The Last Samurai), de 2003, com Tom Cruise e Ken Watanabe, mostra um pouco desse período de transição no Japão, durante a Dinastia Meiji.

Firmou-se um convênio entre o Brasil e o Japão estimulando a imigração. Como mote, corria de boca em boca que num longínquo país chamado BU-RA-DI-RU (=pronúncia japonesa para Brasil) “o ouro dava em árvores”!

Era o que bastava para que muitos decidissem se aventurar num país desconhecido para conseguirem uma melhora na sua vida financeira. Obviamente, foi uma grande decepção ao saber que não era ouro que dava em árvores, mas uma frutinha vermelha chamada ko-hi (pronuncía-se ko – rrí, para o equivalente em japonês de ‘café”), cuja bebida eles consideraram mazui (= sabor ruim) por ser muito forte, tanto na cor quanto no sabor. Afinal, o chá sempre foi a bebida mais importante para o japonês.

Meus avós paternos, de quem herdei o nome, chegaram no fluxo de 1918, seguindo diretamente para o interior de São Paulo, para a fazendo da família Adhemar de Barros.

Vivenciaram toda essas histórias e, depois, compartilharam com os seus descendentes. A admiração do meu avô pelo país foi tão grande que no início da década de 30 ele se naturalizou brasileiro. De qualquer forma, minha iniciação no café foi um retorno às origens.

Os japoneses se instalaram principalmente no Norte do Paraná e na Alta Paulista e região central de São Paulo. Daí existirem tantas comunidades nipônicas nesses lugares.

E o café foi ganhando presença no mercado japonês, sendo este um dos mais importantes e sofisticados do mundo.

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No Japão, há uma nítida preferência pelos Cafés do Brasil, quando você conversa com pessoas com mais de 40 anos, que consomem principalmente o café de coador.

O Japão hoje, também, já se rendeu ao movimento dos Cafés Especiais. A Starbucks possui já presença maciça e outras redes norte-americanas também mantém um bom ritmo de crescimento.

Por isso, o café é responsável pela vinda dos japoneses ao Brasil, formando a maior comunidade fora do Japão, sendo São Paulo a maior cidade de nikkeis (nome dados aos descendentes em geral) no mundo.

Incrível como esse grãozinho mexe com o mundo!

Harmonia de cafés e vinhos

Thiago Sousa

Compartilhar uma amizade com pessoas que sempre estão a nos ensinar coisas muito interessantes é sempre muito estimulante. Dentre essas pessoas especiais, tenho em particular o Manoel Beato, certamente o mais premiado sommelier brasileiro.

Manoel tem se destacado no mundo dos vinhos devido ao seu vasto conhecimento, grande habilidade em descrever e classificar os mais diversos vinhos, além de um preciosa sensibilidade para a harmonização.

Quando se fala em harmonização entre elementos distintos, muitas vezes são apresentadas duplas que nunca chegarão a formar um par, de tão díspares. Cabe, aqui, a sensibilidade para que os diversos elementos possam se combinar adequadamente, ou, mesmo, possam travar um saudável diálogo entre sabores e aromas.

Recentemente fizemos uma experimentação coletiva com vinhos e cafés.

A princípio uma tarefa complexa, porém que se revelou lúdica e, ao mesmo tempo, muito estimulante. Escolhi três cafés de diferentes origens, com perfil de sabores e aromas muito distintos entre si, a saber: um proveniente da Fazenda São João, de Coromandel, no Cerrado Mineiro; outro da Fazenda Paraíso, de Carmo do Paranaíba, também do Cerrado Mineiro; e, finalmente, um de Iúnas, Serra do Caparaó, Espírito Santo.

Para que pares perfeitos pudessem ser formados, Manoel selecionou os três vinhos que estão nesta foto a partir do esplêndido catálogo da Mistral Importadora: um espanhol Conde de Valdemar, Rioja de 2002; o italiano Noe, Orvieto; e o alemão Domdechant Hoccheimer, de 2005.

Vinhos e cafés foram degustados simultaneamente, par a par, em regime de triangulação. Foi quando a maestria e sensibilidade de Manoel Beato se evidenciou.

O café do pequeno produtor Reginaldo Silvoni, de Coromandel, MG, que está causando sensação entre os formadores de opinião dos Estados Unidos devido à sua complexidade de notas, mesclando aromas florais como jasmim, delicados tons de amêndoas e uma elegante acidez cítrica adocicada, formou par com o único vinho tinto, um Rioja de uvas Tempranillo, Conde de Valdemar. O diálogo foi estupendo, principalmente quando o café servia de suporte ao vinho, realçando notas de frutas vermelhas com grande brilho.

O segundo par contou com um café que foi empregado pelo atual campeão barista norte-americano,Kyle Glanville, produzido pela Família Veloso em Carmo do Paranaíba, e que apresenta notas de sabor delicadas como nozes e amêndoas, além de um fundo de caramelo entremeado por um frutado cítrico sutil, e o belíssmo Noe, produzido por Paolo e Noemia D’Amico. Aqui, num desfecho inesperado, o vinho serviu de base para o café, ao contrário do par anterior, ressaltando a deliciosa doçura a caramelo do café!

Finalmente, o terceiro par causou momentos de transe, tal a beleza que a composição proporcionou. O café produzido por um pequeno produtor da Serra do Caparaó, no Espírito Santo, apresentava um intenso aroma floral a jasmim com fundo cítrico, além de um sabor a flores brancas, uma estupenda acidez cítrica com finalização frutada, enquanto que o belíssimo vinho alemão de uvas Riesling, de grande carga aromática frutada, reservava uma surpresa, que era o seu sabor de fundo mineral. Na realidade, quando fazía-se a composição café-e-vinho, neste surgia delicados ataques salinos!

Foram mais de duas horas de puro êxtase!

Quem participou, certamente terá memórias formidáveis desse dia.

Nesta foto, estamos juntos, Manoel Beato, com sua colher de prata para provar café, e eu, seu Coffee Traveler.

Ah, antes de finalizar: Manoel também tem um programa semanal da Rádio Eldorado FM de São Paulo, que vai ao ar todos os sábados a partir da 12:30 hs. O nome?

“Adega Musical”.

Muitas informações e dicas sobre vinhos, regadas a ótimas músicas escolhidas pelo próprio!

Versatilidade é isso!

50 anos dos 50 anos da imigração japonesa no Brasil…

Thiago Sousa

Se pensarmos que 100 anos de comemoração podem significar também 50 anos de comemoração do 50. aniversário da Imigiração Japonesa no Brasil, há um interessante registro histórico para isso.

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO possui um espaço onde costuma apresentar as manchetes de 50 anos atrás, baseados no mesmo dia e mês.

Neste caso, consegui esta página do dia 19 de junho de 1958, que contem um retrato do Príncipe Takahito e a Princesa Yuriko bebendo um emblemático cafezinho, justamente quando vieram ao Brasil para os festejos dos 50 anos da Imigração Japonesa.

A foto, tirada no dia 18 de junho de 1958, mostra ambos numa recepção em Mogi das Cruzes, cidade a 60 km distante da capital paulistana e que possui uma grande colônia japonesa. Tradicionalmente os descendentes nipônicos daquela área dedicavam-se no plantio de horti-fruticultura, abastecendo principalmente a cidade de São Paulo.

Vale o registro histórico, que mais um vez sela a origem da saga japonesa no Brasil com um típico cafezinho…

Elegant coffee: Ristretto

Thiago Sousa

Elegante. Simplesmente.

É assim que pode ser definido o ambiente do Ristretto Roasters, uma cafeteria e micro-roaster que fica na área NorthEast de Portland, OR.

Guardem este nome.

Idealizada e comandada pelo simpático Din Johnson, esta cafeteria se destaca pelos belíssimosespressos servidos num ambiente acolhedor e que emana muita elegância.

Apesar de estar numa área da cidade de Portland onde a maior parte das Coffee Houses são bastante alternativas, Din imprimiu à ambientação atmosfera lounge, que se reflete no serviço com baristas que transmitem vibração zen.

Din comentou que adora a alquimia do café e tem feito suas escolhas com origens como Ethiopia, alguns da América Central e, como classifica, essenciais Naturais do Brasil.

A torração é feita pessoalmente por Din, fazendo questão de ressaltar que faz parte do novíssimo movimento dos “Hand Crafted Coffees” ou “Cafés Artesanais”. As discussões técnicas sobre torra de café que Din gosta de acalorosamente participar mostram seu entuasiasmo e perfil de artesão.

Ao lado, Din e eu, seu Coffee Traveler, diante de seu torrador.

Finalmente, uma composição com um café de filtro e um belo espresso que Din nos serviu:

Brasil Barista Cup: Copa Barista 2008

Thiago Sousa

E o Brasil definitivamente está na estrada dos Cafés Especiais e dos eventos do Novo Mercado!

Durante o 3. Espaço Café Brasil, parte da FISPAL 2008, que é uma das mais importantes feiras da indústria de alimentos do mundo, de 23 a 26 de junho, o evento que conseguiu chamar a atenção de todos foi a COPA BARISTA.

Com regras baseadas no WBC – World Barista Championship (Concurso Mundial Barista), a Copa envolveu 24 profissionais de diversas cidades brasileiras, agrupados em duas chaves onde competiram entre si até a eletrizante final.

Cada embate, com dois baristas, tinha um juri composto por dois juízes técnicos, que avaliaram os aspectos relacionados ao uso correto do moinho e da máquina de espresso, além da organização da estação de trabalho, equatro juízes sensoriais, incumbidos de avaliarem os aspectos de apresentação e características sensoriais do espresso, do cappuccino e de uma bebida de própria criação a base de café. Na foto ao lado pode-se observar a performance da barista mineira Daniela Capuano, sendo avaliada por Paul Germscheid.

A fase classificatória ocorreu no dia 23, enquanto que as oitavas de final se desenrolaram ao longo do dia 24. Porém, a temperatura começou a subir no dia 25, quando aconteceram as quartas-de-final, ou seja, oito dos melhores baristas brasileiros se apresentaram para definir os quatro semi-finalistas.

A grande final, que fechou vibrantemente a terceira edição do Espaço Café Brasil, foi entre o carioca Léo Moço, que é o barista do Rubro Café, e a Tatiane Rodrigues, de Campinas, SP, representando a Cafemaq.

O duelo final foi muito emocionante, pois ambos foram os baristas com melhor performance ao longo da Copa, evidenciados pela elevada pontuação que ambos atingiram também nesta última.

Cada barista, para preparar e servir os espressos,cappuccinos e bebidas, tinha cronometrados 15 minutos, tempo no qual, também, deveria manter a estação limpa e organizada. Ou seja, um misto de rapidez, eficiência, domínio técnico, controle dinâmico e sensibilidade na escolha do blend de café, juntamente com criatividade para elaboração de uma bebida que mantivesse o sabor do café como referência, foi a combinação para o grande vencedor.

E o grande campeão foi o barista carioca Léo Moço, que em sua perfomance final foi perfeito em alguns quesitos, principalmente no cappuccino, segundo alguns juízes sensoriais. Mesmo terminando sua apresentação com 5 segundos de atraso em relação à Tatiane, pelo excepcional trabalho, Léo conseguiu reverter o resultado.

Fez juz ao prêmio final, composto também por uma belíssima máquina S1 da La Spaziale, aqui entregue pessolamente aos dois finalistas pelo Presidente da La Spaziale, Mr. Mauricio Macagnani.

Nesta foto, os Quatro Grandes Baristas da Copa(a partir da esquerda): Daniela Capuano, de Belo Horizonte, MG, Otávio Linhares, do Lucca Café, de Curitiba, PR, eu, seu Coffee Traveler, o campeão Léo Moço, do Rubro Café, Rio de Janeiro, RJ, e Tatiane Rodrigues, da Cafemaq, de Campinas, SP.

Prestaram bem atenção?

Cada um deles veio de uma cidade diferente, demonstrando que o Brasil, hoje, possui excelentes profissionais nos mais diversos locais.

Esta foi a grande revelação desta Copa Barista!!!

Ou seja: Senhores consumidores, sejam mais exigentes…

Café no papel – 2

Thiago Sousa

Fresh Cup Magazine é a mais emblemática publicação do mercado dos cafés especiais.

Lançada em julho de 1992 pelo inesquecível Ward Barbee e a sempre adorável Jan Weigel, é a mais antiga revista voltada para este fervilhante mercado.

Como todas as coisas pioneiras, a Fresh Cup, como é carinhosamente chamada, surgiu de um surto visionário dessa incrível dupla, sendo que o seu primeiro número foi elaborado num hoje “vintage” Macintosh Plus no porão da casa de Jan, em Portland, OR. Seus primeiros números foram distribuidos nas cafeterias dessa região, além de algumas indústrias torrefadores.

Iniciou, assim, a trajetória marcante da Fresh Cup como um precioso espresso!

Nesta foto, tirada em Charlotte, NC, em 2006, a partir da esquerda: Bruno Souza, o mais especializado importador de cafés especiais do Brasil na América do Norte, o saudoso Ward e eu, seu Coffee Traveler.

A dupla Ward-Jan sempre foi muito criativa, lançando inovadores conceitos ao longo dos anos, como a NASCORE, considerada a primeira feira especializada em cafés especiais nos Estados Unidos, em agosto de 1995, na cidade de Portland, OR, o A to Z Coffeehouse Guide, um importante guia para aqueles que pretendem abrir sua cafeteria, e o Fresh Cup Roadshow, em janeiro de 2006, como uma feira itinerante de cafés especiais desenhada para apenas profissionais desta indústria.

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Seu conteúdo é abrangente, abordando aspectos desde as diferentes origens mundiais de café verde até discussões técnicas de importantes Mestres de Torra, por exemplo.

É também da Fresh Cup um interessante quadro sobre o mercado de café mundial expresso numa Tabela Periódica. Posso dizer que é um trabalho de arte genial!

Porém, em julho de 2006 Ward Barbee falece, deixando uma grande lacuna não apenas para a Fresh Cup Magazine, mas para a própria indústria dos cafés especiais. Ward estava na Itália e sofreu um fulminante infarte.

Com suas tiradas deliciosamente finas, além de muitas vezes acidamente instigantes, Ward imprimiu independência e arrojo no mercado através da revista e das atividades criadas a partir dela. Mas, antes de tudo, ele vivia intensamente cada momento, o que era plenamente perceptível em cada edição da revista.

Hoje, Jan, que nesta foto está ao lado de Bruno Souza, da BECCOR, é a “Publisher”, enquanto a vigorosa e bela Julie Beals é a incansável editora.

Nas últimas edições o foco nas origens ganhou grande peso e isso torna a revista ainda mais interessante para aqueles que gostariam de conhecer mais sobre os diferentes países produtores de café.

Você pode assinar a revista através do websitewww.freshcup.com, que hoje possui assinantes em muitos países, fazendo a cabeça dos “loucos” por café…

James Hoffman: Barista campeão mundial e seus segredos

Thiago Sousa

James Hoffman é o campeão do WBC – World Barista Championship de 2007.

Este fato, segundo James, mudou dramaticamente sua vida, sendo que o que ele comenta como sua maior mudança é o fato de ficar agora em constantes viagens.

Neste vídeo, entrevistado por Nick Cho, grande barista norte-americano e apresentador da grande final do USBC – United States Barista Championship, que aconteceu em Minneapolis, MN, James fala um pouco do que considera fundamental para um bom barista:

Mud Truck: The Intrepid Street Coffee

Thiago Sousa

New York é a cidade mais amada do mundo.

É onde você encontra de tudo (ou quase tudo), das coisas mais sofisticadas e exclusivas até as mais criativas e inusitadas.

Obviamente, na esteira do crescimento do mercado de Cafés Especiais (Specialty Coffee), a incrível Ilha de Manhattan passou a abrigar cafeterias da estirpe das melhores encontradas na West Coast.

No entanto, algo de absolutamente novo está em NYC: The Mud Truck !

Já pensou numa cafeteria que é itinerante, montada num carro-forte recuperado pintado de inesperada e berrante cor alaranjada, naturalmente servindo excelente espresso e suas variações?

Isso é o Mud Truck.

E talvez muito mais…

O que torna apaixonante e ao mesmo tempo instigante o mercado dos Cafés Especiais é justamente porque ele não está totalmente definido, ou seja, ainda está se estruturando. Porém, para mim, o seu ingrediente mais apimentado é que é um forte movimento de Contra-Cultura.

Em inglês, esse estilo é o tal do “cool”, diferente do sofisticado, que também fica perfeitamente abrigado nesse grande guarda-chuva chamado Specialty Coffee.

O Mud Truck é idéia e serviço de um genial hippie chamado Greg Northtrop.

Greg quis fazer algo diferente, totalmente alternativo como espírito e serviço, mas sem perder o olho na qualidade dos grãos de café.

Qualidade é o outro importantíssimo pilar dos Cafés Especiais.

Greg também possui um pequeno restaurante e que surpreendentemente possui um atendimento de solidariedade muito nobre: existem lugares reservados para os “homelesses” (pessoas “sem teto” da região), junto aos clientes normais, para saciar a fome com suas magníficas sopas. Esse desprendimento lhe rendeu menção de um parágrafo na conceituadíssima revista Fortune, denotando que gestos de solidariedade são ingredientes indispensáveis para a verdadeira promoção humana.

Nesta foto, Greg recebe o grande Companheiro de Viagem Bruno Souza, da BECCOR, em sua “Sala de Reuniões”. Tem o espírito Mud Truck não?

Em Minneapolis, MN, estivemos juntos num restaurante muito “cool” chamado Hell’s Kitchen (www.HellsKitchenInc.com) onde experimentei um hamburger de carne de bisão.

Pessoal, esta é uma pedida que recomendo!

Nesta foto, a partir da esquerda, está a Sara Georges, que nos serviu e tem a “cara” do Hell’s Kitchen, eu, seu Coffee Traveler, e o Greg.

Greg está utilizando como base em seu blend cafés brasileiros, que depois farei mais comentários. Na verdade, boa parte do sucesso, além do grande apelo do seu caminhão alaranjado, é o seu espresso, hoje objeto de elogios da crítica em NYC.

Para conhecer mais sobre o Mud Truck e saber o seu roteiro acesse www.themudtruck.com .

E divirta-se!

USBC – Kyle Glanville Campeão

Thiago Sousa

Depois de um tempinho fora do ar, estou retornando para comentar sobre vários assuntos da minha última viagem. E o primeiro deles é o USBC- United States Barista Championship (Campeonato Barista dos Estados Unidos).

Foi um dos campeonatos mais competitivos dos últimos anos!

Como sempre, este campeonato acontence paralelamente à Convenção e Feira da SCAA, que este ano foi em Minneapolis, MN, durante os dias 02 e 05 de maio.

Nos dois primeiros dias foram feitas as provas preliminares com 50 candidatos, mostrando, inclusive, uma tendência que considero sem volta: muitos dos baristas são de times de Torrefações e não apenas de cafeterias.

É um claro sinal de que a indústria já compreendeu a importância desse tipo de profissional dentro da cadeia do café para cooptar novos consumidores. É como digo, todos possuem papel de grande relevância e bons trabalhos sempre permitirão o crescimento desse incrível mercado.

Nesta primeira foto, temos os TOP 6 de 2008. Da esquerda para a direita: Heather Perry (Coffee Klatch), Pete Licata (PT´s Coffee), Nick Griffith (Intelligentsia Coffee & Tea), Kyle Glanville (Intelligentsia Coffee & Tea), Chris Baca e Drew Cattlin (ambos do Ritual Coffee Roasters).

A final no dia 05, que coincidiu com o fechamento da Feira, foi eletrizante.

E o campeão foi o Kyle Glenville, que fez uma apresentação impecável e deu um grande show.

Agora uma bela notícia: dos 6 finalistas, 3 estavam usando cafés brasileiros, sendo que um dos baristas do Ritual, Nick, chegaram a utilizar 100% Brasil do produtor Reginaldo Silvoni da micro-região de Coromandel, no Cerrado Mineiro. Kyle, em sua apresentação nas semifinais, utilizou como base de seu espresso um café produzido pela família da Mariana Veloso em Carmo do Paranaíba, também no Cerrado.

Nova máquina para preparar coffee!

Thiago Sousa

A indústria do café vem caminhando a passos largos, seja em tecnologia, seja na qualidade dos blendsoferecidos, justamente para acompanhar a evolução da demanda, que vem se caracterizando pelo maior nível de exigência dos consumidores quanto à praticidade no preparo e, naturalmente, pela qualidade da bebida.

Só para lembrar: beber café é sempre uma experiência e, portanto, deve ser uma experiência legal!

O Companheiro de Viagem Mike Tompkins me comentou que foi lançada recentemente nos Estados Unidos uma nova máquina para preparar café, de nome “ESIO” (lembra nome brasileiro, não?), mas que serve de trocadilho com a palavra “EASY”, que significa fácil.

A máquina tem um design no mínimo inusitado, lembrando um desses suportes refrigerados para água em garrafões tão comuns hoje nas casas e escritórios no Brasil.

Porém, a nota realmente inusitada é a presença testemunhal de um grande amigo, o Mané Alves, que é um português radicado nos Estados Unidos e que é o chairman do TSC – SCAA (Technical Standards Committee – Specialty Coffee Association of America), que é o Comitê de Normas Técnicas da Associação Americana de Cafés Especiais, do qual faço parte.

Nesta foto, da direita para a esquerda, tirada durante o exame para Juízes Certificados SCAA pela ABIC, está o Mané, um dos poucos titulares da SCAA na função de examinador, Almir Filho, Diretor da ABIC e do Café Toko, e eu, seu Coffee Traveler.

O vídeo é divertido, bem ao estilo “trash” dos comerciais de produtos norte-americanos, cheio de frases de efeito, com uma pessoa tendo “dificuldades” para preparar um café com as máquinas normais, e outra demonstrando alegria por ter um…ESIO!

Confira:

http://www.esiobev.com/index.htm

Café, Kapeh & outros produtos

Thiago Sousa

Já se imaginou lavar o rosto com um sabonete a base de café? Ou adicionar um óleo a base de café numa banheira para uma revigorante imersão?

O grão de café possui um número impressionante de substâncias que o compõem, muitas delas hoje com diversos estudos que comprovam efeitos benéficos para nossa saúde, como os ácidos clorogênicos, que são poderosos anti-oxidantes, que podem auxiliar no retardamento do processo de envelhecimento.

Porém, uma família de produtores de Três Pontas, no Sul de Minas Gerais, teve a idéia de aplicar algumas das substâncias do café em produtos de higiene e cosmética.

Nesta foto, por exemplo, são vistos os sabonetes que lembram a seqüência do processo de amadurecimento do café, com o “Café Verde”, “Café Maduro” e “Café Torrado”. Neste, por exemplo, existem fragmentos de café torrado e moído que funcionam como esfoliante.

Ou seja, uma idéia muito inovadora!

Outro ponto interessante é que são empregados cafés produzidos segundo normas da certificadora Utz Certified, garantindo-se, assim, toda a procedência e rastreabilidade da matéria-prima café nos produtos.

Nesta foto o Juliano Araujo, cuja família é proprietária da tradicional Fazenda Rancho Fundo, é o agrônomo responsável pela produção de café.

O nome kapeh tem origem maia e significa café.

E aqui há uma nota curiosa: a fazenda da família do Juliano já era certificada pela Utz Kapeh (= bom café, em maia), como anteriormente era conhecida essa certificadora que tem base em Amsterdam, Holanda, e que é uma das mais difundidas certificações de processo de produção de café no Brasil. Você pode saber sobre a Utz através do link na coluna ao lado.

Juliano e sua mulher, Vanessa, que é a responsável pela linha Kapeh, tinham muito interesse em utilizar esse nome, pois é muito fácil sua pronúncia nas diversas línguas, quando souberam que a Utz estava alterando seu nome, pois passou a ter atividade mais abrangente, além da cerficação das fazendas de café. Bingo!

Você pode saber mais sobre isso pelo endereço www.kapeh.com.br 

Um museu do café…do outro lado do mundo

Thiago Sousa

Fica no Japão um dos mais completos e impressionantes museus sobre o café do mundo.

Instalado numa ilhota onde fica um grande complexo industrial em Kobe, o UCC Coffee Museum é uma visita obrigatória para todos os “loucos” por café que estiverem passando por aquela região.

Kobe é uma das principais cidades portuárias japonesas, tendo sido a que recebeu as primeiras visitas de naus portuguesas, que desde o final do Século XV já singravam os mares em busca das cobiçadas especiarias que somente o Oriente possuía. Desta série de visitas originou-se uma série de palavras e até um bolo com nomes que têm a sonoridade da língua portuguesa. “Castera” (pronunciando-se kas-te-ra sem acentuação), som que lembra castelo,  é o nome dado a um bolo que é parecidíssimo com o mais básico dos bolos brasileiros, o “Pão-de-Ló”, pois quando os portugueses ofereceram aos japoneses esta sobremesa, estes lembraram-se do formato dos tradicionais castelos japoneses.

A cidade de Kobe possui uma área histórica localizada em sua parte mais alta, enquanto que junto ao mar a cidade possui uma arquitetura arrojadamente futurística, como se tem nas grandes cidades japonesas. Parte dessa arquitetura, que ainda cheira a novo, deve-se à reconstrução que se seguiu ao mais violento terremoto que a região já sofreu, em 1995.

A UCC – Ueshima Coffee Co. é a maior indústria de café do Japão, líder nesse mercado. Além da sua linha de café, possui uma série de diferentes redes de cafeterias, tipicamente japonesas, e restaurantes de refeições rápidas.

No entanto, é justamente a paixão pelo café que move essa empresa, presidida pelo dinâmico Mr. Tatsushi Ueshima. A UCC possui uma divisão agrícola, que coordena os trabalhos em fazendas próprias na paradisíaca ilha de Kona, no arquipélago de Hawaii, e na mítica região do Blue Mountain, na Jamaica.

O museu fica ao lado da principal planta da UCC, como pode ser vista na primeira foto. Sim, por incrível que pareça, aquela torre de vidros azulados é a área industrial, que prima pela altíssima tecnologia desde a recepção do café cru, o processo de torra até o empacotamento. É uma planta simplesmente impressionante.

O museu procura oferecer uma visão sobre a cultura do café, sua história e desenvolvimento, além de diversos vídeos que mostram a forma de consumo em diversos países.

Abaixo, uma foto da área histórica, vendo-se em primeiro plano os diversos tipos de torradores:

Com uma excepcional infra-estrutura, o museu conta, além de uma curadora, local para pesquisas históricas e bibliográficas. Inclusive, todos que se dispuserem a conhecer o museu, ao preencherem uma ficha cadastral, são levados a caminhar pelas diferentes áreas temáticas, do plantio até as diferentes formas de consumo.

Como boa surpresa, ao final você recebe um cartão e um pequeno certificado de que você é, agora, um “Entendido em Café”!

Apesar de fora do tradicional circuito turístico que os ocidentais fazem no Japão, este é um local que os “loucos” por café não podem deixar de visitar.

Horiguchi Coffee: Reference for specialties

Thiago Sousa

O mercado japonês se destaca por oferecer cafés de excelente qualidade em média, comparativamente a outros países consumidores. São um pouco menos de 8 milhões de sacas de 60 kg líquidos de café adquiridos anualmente em diversas origens, dos quais mais de 30% do Brasil, com alto padrão de exigência na qualidade.

Um pouco desse sucesso no Japão se deve ao fato de que o japonês é um povo ávido por informação de sólidas bases, quase que sempre científica. Basta você acompanhar os programas da poderosa emissora NHK via satélite para entender o que estou comentando.

Eles procuram destrinchar tudo, vão a fundo em cada questão, mesmo nas mais triviais.

Assim, como era de se esperar, dentre os “loucos” por café apareceram figuras hoje importantíssimas como Mr. Toshihide Horiguchi, conhecido como Horiguchi san, um dos mais respeitados especialistas em café do Japão.

Horiguchi teve uma formação eclética, tendo vivido no exterior e feito andanças pela Europa antes de se decidir pelo ramo do café.

Estabeleceu-se em Funabashi, região metropolitana de Tokyo, com o Horiguchi Coffee, uma cafeteria no estilo da West Coast dos Estados Unidos.

A princípio, nesta loja, ele também fazia a torra num torrador de 15 kg. Hoje, possui um local específico para a torra de café.

Além da loja, cuja entrada pode ser vista na primeira foto, com pés de café em primeiro plano, Horiguchi percebeu a necessidade de se aprofundar na questão da qualidade do café, criando, posteriormente, o seu Horiguchi Coffee Research Institute, muito conhecido em japonês como Horiguchi Kohikobo.

Muito bem equipado para os mais diversos testes de torra e de diferentes serviços de café, é, ainda, um espaço para a realização de cursos e palestras sobre qualidade de café.

Eu, seu Coffee Traveler, tive a satifação de ministrar com Mr. Horiguchi uma palestra em conjunto durante a SCAA Conference que ocorreu em Atlanta, Georgia, em 2004. Foi uma experiência gratificante e que estabeleceu uma forte amizade desde então.

Sua loja tem a “cara” Horiguchi.

Elegante e charmosa, com madeira clara como material dominante e diversos nichos nas paredes, onde, além de peças para venda, ficam expostos quadros, souvenirs de suas viagens internacionais, além de certificados de seus cafés emoldurados para o conhecimento dos seus clientes.

Uma grande máquina de 3 grupos faz o principal serviço de espresso e as bebidas derivadas, porém, ainda o tradicional coffee, que é mais diluído que o nosso cafezinho, é o campeão de vendas como serviço de café.

A pastisserie também tem o toque Horiguchi. Com delicadas massas, que muito lembram doces vienenses, fazem o deleite visual e gustativo, compondo um excelente conjunto com os impressionantes cafés oferecidos.

Em seu menu, estão cafés de diversas origens, pessoalmente garimpadas em suas diversas viagens aos países produtores. Cafés dos países do leste africano, Guatemala e outros Centrais, além de um Brasil Cerrado, do Companheiro de Viagem Gláucio de Castro, integram essa seleção.

Um outro destaque: com sua verve artística, Mr. Horiguchi é um apreciador das transparências, colecionando peças em vidro.

Porém, sem dúvida, sua coleção de peças de Murano, a famosíssima origem italiana para vidrarias artesanais, é digna de nota.

Ou seja, além da “viagem” sensorial com os excepcionais cafés e deliciosos bolos, a experiência visual pode ser inesquecível para quem vier a visitar esta importante cafeteria.

Clover & Starbucks

Thiago Sousa

Esta foi a notícia que abalou o mundo do Café Especial nesta semana: a gigantesca rede Starbucksanunciou a negociação do controle da The Coffee Equipment Company.

Bem, você pode estar se perguntando: afinal, o que é que essa “The Coffee Equipment Company” tem de tão importante?

Na realidade, esta empresa fundada em 2004 em Seattle, WA, no Noroeste dos Estados Unidos, tornou realidade uma genial idéia do Zander Nosler: criar um novo sistema de preparo de café.

Um sistema que pudesse preservar as nuances mais delicadas de aromas e sabores de fantásticos cafés produzidos em todo o mundo, principalmente aqueles que se tornam as jóias de cada safra.

Sim, estou comentando sobre a fantástica máquina Clover, cujo processo recebeu o nome de Clover Brewing System (“brew” significa infusão).

A Clover, como você pode verificar no post El Injerto Coffee by Clover através do link http://coffeetraveler.net/2007/05/19/el-injerto-coffee-by-clover/ , é um sistema de infusão em que você pode programar o tempo de contato do café moído com a água antes de sua filtração que é feita à vácuo.

Nesta foto ao lado tem-se o momento em que a água é vertida sobre o café moído. E aqui um detalhe interessante: o controle de temperatura da água é tão rigoroso que a variação não ultrapassa 0,5°C.

A infusão é considerada como o método de preparo mais adequado para a avaliação sensorial do café, pois permite que os classificadores possam captar todas as nuances de aroma e sabor. Por exemplo, a extração do espresso, que é feita sob alta pressão, promove um arraste muito rápido e intenso, fazendo com que substâncias mais voláteis se percam.

Por esse mérito, a Clover foi o equipamento oficial para se provar cafés dos principais concursos internacionais de café, como os que são promovidos pela SCAA – Specialty Coffee Association of America e eventos da SCAE – Specialty Coffee Association of Europe.

Vários baristas adoram essa máquina para preparar alguns cafés de grande complexidade aromática. Neste quesito, ela é impressionante. Em pouco mais de 1 minuto após o pedido, o café chega até você!

Talvez a injeção de recursos financeiros pela Starbucks possa tornar a Clover mais acessível e, assim, disponível em diversas cafeterias. Para deleite dos consumidores…

8 de março: Dia da Mulher do Café

Thiago Sousa

Hoje é o Dia Internacional da Mulher, ma, cá entre nós, deveria ser o Dia da Mulher do Café. A presença feminina é cada vez maior e em atividades que antes eram exclusivamente exercidas por homens.

Sinal dos tempos.

Agora, uma pequena homenagem às maravilhosas mulheres que fazem chegar excelentes cafés para todos nós…

Evanete Peres, produtora em Araguari, MG.

Eliana Relvas, avaliando e selecionando cafés.

Monica Leonardi, que industrializa e distribui cafés. É a primeira Juíza SCAA do Brasil, antes um terreno totalmente masculino.

Excelentes xícaras a todas !

Surpresas paulistanas

Thiago Sousa

São Paulo é uma cidade que possui uma diversidade de opções em praticamente todas as áreas, comparável às grandes metrópoles internacionais. E no caso do café, mesmo com um natural atraso na incorporação de novos conceitos de consumo, um vigoroso movimento está fazendo surgir um grande leque de novas cafeterias.

Um dos lugares que somente agora passou a apresentar boas opções é a região central da cidade, sempre estigmatizada pelo fato de seu espírito ser “trabalho, trabalho e trabalho”.

Neste último fim de semana saiu o Guia da Folha, do jornal Folha de São Paulo, tendo como matéria de capa “Caminhos do Café”. Foi uma verdadeira jornada de exploração que as jornalistas Giuliana Bastos e Luiza Fecarotta fizeram nos chamados Centro Velho e Centro Novo de São Paulo, visitando, degustando os cafés e verificando os serviços oferecidos, e que podem ser conferidos no linkhttp://www1.folha.uol.com.br/guia/ca0802200801.shtml .

Foram 14 cafeterias localizadas na Praça da Sé, Páteo do Colégio e Largo São Francisco, até a Avenida São Luiz, Conjunto Zarvos e arredores da BM&F – Bolsa de Valores de São Paulo.

Antes de terminar este post, uma dica: visite o Mercado Municipal de São Paulo, o vulgo “Mercadão”. Depois de uma reforma de revitalização, ficou com ares como os dos melhores mercados de grandes metrópoles internacionais.

A profusão de frutas e vegetais, além dos famosos frios, queijos, especiarias e peixes, deixam qualquer um “louco” pela boa comida verdadeiramente “louco”… Sem falar no famoso e indispensável bolinho de bacalhau!

Mas, aqui o ponto alto é o antigo vitral junto à Rua da Cantareira que mostra uma colheita de café

Veja em detalhe:

Belíssimo, não?

O Legado Illy

Thiago Sousa

O espírito científico e empreendedor do Dr. Illy foi sua locomotiva para auxiliar na transformação do mundo do café.

“Louco” por café, mas, ao mesmo tempo, “louco” por ciências, direcionou seus esforços na busca do “espresso perfeito”, fazendo-o transitar por toda a Cadeia do Café, num movimento inédito entre os torrefadores.

Suas andanças pelos países produtores o fez compreender a importância das técnicas agronômicas e, por isso, estimulando-o a instalar diversos experimentos no Brasil em cooperação com produtores ávidos por novos conhecimentos. Um dos maiores colaboradores é a Fazenda Daterra, em Patrocínio, MG, onde um técnico se dedica exclusivamente a esta finalidade.

A partir desse esforço, surgiram importantes publicações, tanto de nível acadêmico quanto voltado para os simples apreciadores do café, como é o caso do livro “From Coffee To Espresso”, de autoria de seus filhos Francesco e Ricardo.

Mesmo voltado para leigos, neste livro existem abordagens extremamente técnicas como a verificação da influência das chuvas e temperaturas no desenvolvimento das lavouras de café e seu resultado nas xícaras.

Alguns destes gráficos estão nesta foto ao lado.

Também, devido ao seu grande envolvimento com os produtores, justamente para que pudesse transmitir o seu desejo de receber grãos de excelente qualidade, criou um modelo de educação e treinamento inédito denominadoUniversidade Illy do Café, instigante projeto que é desenvolvido em cooperação com o PENSA, grupo de pesquisadores da área agrícola da Faculdade de Economia e Administração da USP – Universidade de São Paulo.

Outro campo, também ligado à Ciência, foram os trabalhos voltados para o campo da saúde, procurando exortar o mito de que o “café faz mal”. Na verdade, hoje sabemos, o que faz mal é um café de baixa qualidade!

Num fecho elegante, Dr. Illy sempre colocou o ato de beber um café como uma grande experiência estética e o website da illy (www.illy.com) reflete toda elegância desse ato.