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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

ORIGEM

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Comunicação universal: Embalagens de café – 1

Daniel Kondo

O nosso grãozinho de café percorre um longo caminho da lavoura até a xícara, passando por mãos que adubaram ou colheram,  outras que secaram cuidadosamente as sementes, aquelas que as torraram até as que fazem a extração do nosso desejado vinho negro.

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Com o aumento da parcela de consumidores conscientes, pessoas preocupadas com questões sociais e ambientais, um dos grandes desafios tem sido o de fazer uma comunicação correta sobre os grãozinhos de café contidos em cada pacote. O consumidor consciente faz sua escolha de produtos segundo critérios filosóficos, tendo por referência selos indicativos de procedência, modelos de produção ou mesmo de um determinado conceito alternativo.

A primeira legião desse tipo de consumidor foi a que buscava nos produtos orgânicos certificadosuma alternativa aos que são produzidos segundo tecnologias por eles consideradas convencionais, que empregam adubos industriais e agroquímicos sintetizados.

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Com o tempo, outros sistemas de certificação, que nada mais são do que um conjunto de práticas de produção organizadas em Protocolos, inspecionadas e garantidas por organizações de auditoria, surgiram, cada qual com um foco específico. Dentre os selos de certificação existentes no mercado, podemos apontar oFair Trade, que tem por princípio promover o chamado comércio justo entre pequenos produtores e a indústria, e o Utz Certified, que trabalha com um protocolo de procedimentos e rastreabilidade, comumente exigido no mercado europeu e japonês.

Daí p’ra frente, o grande nó é fazer a comunicação sobre esses selos ou mesmo procedimentos que a torrefação ou a cafeteria adota como parte de seu filosofia de negócio, pois ainda os consumidores conscientes fazem parte de uma minoria. A grande maioria busca, antes de tudo, o prazer de beber um belo café…. (como digo, Qualidade abre portas e conduz a caminhos muito prósperos!).

Um caso muito bacana é o do Union Hand-Roaster, UK.

Fundado em 2001 pela dupla dinâmica Jeremy TorzCupper e Green Coffee Buyer, e Steven MacatoniaRoast Master, essa pequena torrefação tem como filosofia buscar exclusivos e deliciosos lotes de café, preferencialmente auxiliando pequenos produtores certificados como Fair Trade ouRainforest Alliance ou Orgânicos. Portanto, juntam IDEALISMO com RAZÃO!

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Para facilitar a comunicação de conceitos tão complicados como rastreabilidade e comércio justo, juntamente com a alta qualidade dos lotes escolhidos, adotaram uma comunicação visual fantástica para seus cafés, como pode ser observada na primeira foto, no alto. O café produzido em Rwanda, paupérrimo país africano, por exemplo, tem certificação Fair Trade (veja o selo estampado) e sua bebida é considerada equilibrada e “fácil” de ser bebida. O ícone da balança resume tudo isso!

Solução criativa!

Tradicionalmente as embalagens de café sempre tiveram cores fortes com predominância do marrom, vermelho e preto, que transmitem a sensação viva do grão torrado, da temperatura de serviço associada à bebida (afinal, é cultura brasileira beber o café “pelando” de quente…) e sua intensa cor como a noite (como descrito pelos poemas árabes sobre o café). No entanto, novas cores tem surgido para compor elegantes embalagens de café, tons pastéis e imagens, como o pessoal do Union fez.

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Uma das novas cores que vem sendo empregada é o branco. Sim, branco!

Até pouco tempo era considerada um cor totalmente fora de cogitação para uso, porém com a busca pela transparência nas atitudes e negócios, pelo sentimento de solidariedade e compartilhamento entre as pessoas, a cor branca tem conquistado cada vez mais espaço. Num lance ousado, odesigner mineiro e Companheiro de Viagem Rodrigo Greco, considerado um dos mais talentosos da nova safra de criadores,  apostou no branco para dar vida a uma embalagem de um novo produto de um cliente, cujo foco estava na identificação da origem da matéria prima. Veja o destaque dado à lavoura de café de onde os grãos que primariamente compõem o blend sairam, numa bela composição.

Agora, o toque genial está na caracterização do código de barras, que ganhou uma inusitada aplicação da silhueta de uma pessoa secando o café no terreiro!

Na última foto, Greco posa à frente da impressionante cachaçoteca do boteco Via Cristina, de Belo Horizonte, MG, onde degustamos algumas simplesmente fantásticas…