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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

EVENTOS

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Jamboree Brasil Café/Sul: do chimarrão à xícara de café!

Daniel Kondo

Você sabia que o maior mercado consumidor de café solúvel no Brasil é o Rio Grande do Sul?

A relação afetiva do gaúcho com o café solúvel foi construída com o chamado “Batidinho”, que nada mais é que, numa caneca, despejar o café solúvel e açúcar (diga-se de passagem, uma boa dose...) e misturar rapidamente com uma colher ao se adicionar água quente para tornar a bebida bem cremosa. É uma bebida que ainda hoje muita gente adora e faz parte da cultura gaúcha como hábito matinal.

No entanto, com o surgimento de cafeterias descoladas e modernas, inspiradas naquelas encontradas em São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, fez aparecer um público consumidor ávido por novidades.
A escolha por Porto Alegre para sediar o primeiro evento regional do Jamboree Brasil Café, no caso o regional SUL, se baseou no crescente movimento de busca por mais informações sobre essa bebida pelos novos consumidores. E pode-se afirmar que a escolha foi certeira!

Dia 15 de novembro, um domingão ensolarado na capital riograndense, vai ficar marcado para muitos como um dia divertido em que se falou sobre e bebeu-se café quase que sem parar, mesmo acordando cedíssimo...
O que a princípio parecia temeroso, afinal fazer o pessoal acordar cedo num domingo não é tarefa fácil, se mostrou como uma festa sem fim. Afinal, Jamboree significa “grande festa” e esse é o principal sentimento que move esse evento!
Gente de Porto Alegre, mas também muitos do interior, como Santa Maria, distante a 4 horas de carro, e até um Coffee Lover do Paraná, disseram “presente” para o evento, que começou com uma bela palestra do jornalista Rafel Tonon sobre as tendências no mundo das cafeterias. Depois apresentei uma “visão microscópica” da moagem do café, mostrando como cada tamanho de partícula tem características particulares.

Na parada do almoço, um descolado food truck estacionou em frente à Baden Torrefação, local do evento: era o Supimpa’s do chef Zi Saldanha, que preparou um suculento sanduba de pernil e molho especial. Desnecessário dizer que a foi uma das boas filas do dia...

A parte da tarde é sempre reservada às Experiências Jamboree Café, workshops divertidos e altamente técnicos. Foram três estações: uma de harmonização, que chamo de Diálogos Líquidos, entre Café e Cachaça; uma apresentação aos Coffee Lovers iniciantes sobre as Regiões Brasileiras, comandada pela equipe da Melitta; e um laboratório com baristas da Baden Cafés Especiais e do Café do Duque que apresentaram diferentes métodos de extração de um mesmo lote.

Como parte do espírito do Jamboree Brasil Café, alguns lançamentos super importantes aconteceram: o do Moinho Bravo, manual, belíssimo, em corpo de alumínio, e o Tamper Bravo, de pressão variável, ambos criação do geek Gilberto dos Santos Neto. Outro grande lançamento foi feito pela Melitta, que importou especialmente para o evento um lote de porta filtros de porcelana par ao tamanho 102.
Para se ter idéia da importância deste lançamento, basta dizer que a badalada cafeteria Blue Bottle não usa nem Hario ou Kalita, mas somente o Melitta, como indicativo de que este sistema será a próxima estrela entre os Coffee Geeks!

Este Jamboree Brasil Café/Sul teve o apoio da BUNN (torre de água), DESTOM (Cachaças Spiral e 1000 Montes), MANTISSA Café, MELITTA do Brasil, Baden Torrefação & Baden Café, Café do Duque, Café República, Positano Café, Volp Café, Yami Café e Supimpa's Food Truck.

Ah, como sempre, a arte visual do Jamboree Brasil Café ficou a cargo do sempre inspirado e genial Daniel Kondo, que fez um gaúcho de bombacha mergulhando numa xícara de café.
Veja algumas imagens dessa divertida festa (fotos do Andrei Ribeiro e minhas também)!

Sobre o poder do conhecimento

Thiago Sousa

Passei quase três décadas de minha vida considerando o café como uma bebida ruim, que, em parte, era devido à cultura brasileira de que o Cafezinho deveria ser forte na cor e intenso no sabor. Como atenuante, bebia apenas o Pingado, quando adicionava o leite para diminuir esse que era um sofrimento para mim. (OK, detesto o sabor Amargo, talvez porque tenha muita sensibilidade para ele…)

A mudança se deu quando iniciei minha vivência de roça na fazenda de café do meu sogro. Literalmente foi uma imersão diária, pois decidimos nos mudar para os confins do Cerrado Mineiro, na histórica região de Paracatu.

Depois de quase uma década trabalhando em indústrias de Bebidas & Alimentos que empregavam processos fermentativos, a guinada na minha vida foi muito grande!

Aprender sobre botânica e o comportamento das plantas ante as sutilezas climáticas, sobre as pragas e doenças, mas, principalmente, sobre como realizar uma colheita impecável foi o grande desafio, que percebi que seria um longo aprendizado. Ter um guru das lavouras foi fundamental para empreender essa jornada, ainda mais se essa pessoa tenha se tornado um grande amigo, como o Evanildo Peres, que foi professor de Fisiologia do Café na UNESP de Botucatu. Aprender a pensar e analisar como as plantas “funcionam” é fundamental para compreender os modernos conceitos de Território, por exemplo.

Resolvi, até aprender um pouco sobre esse “Universo da Fisiologia Vegetal”, fazer o caminho oposto, aproveitando a experiência que tinha de trabalhar com produtos alimentícios e bebidas:  saber como e para quem vender o café. A experiência com produtos de consumo começou a me ajudar a compreender o mercado de alta complexidade que é o do Café!

A rotina de torrar, provar e desenvolver relacionamentos veio daí, sem perder o precioso aprendizado das coisas da roça.

De volta ao asfalto, o aprendizado se voltou para a Química da Torra do Café, bem como aconteceu o retorno para a Análise Sensorial.

A alimentação de forma geral mudou muito, sendo muito mais industrializada, mesmo nos restaurantes. Mudança esperada em razão do processo de urbanização do nosso país e que trouxe problemas a tiracolo. Para suprir a crescente demanda por alimentos em metrópoles cada vez mais gigantescas, a indústria lança mão de toda tecnologia disponível. E quando digo tecnologia, esta pode ser tanto para o Bem quanto para, digamos, o não tão do Bem assim…

Saber o que se come e o que se bebe é fundamental para uma vida saudável. Suas escolhas se tornam mais precisas, sem exageros ou baseadas, em muitas vezes, muito doidas “lendas urbanas”…

Você não precisa ser um especialista para perceber se uma xícara tem um café muito delicioso, enquanto que uma outra pode ser um desastre sensorial.

É um processo contínuo de aprendizado, experiência e comparação.

Foi a partir desse pensamento compartilhado com o pessoal do CLUBE DO CAFÉ, desenhamos um evento voltado exclusivamente para o Consumidor, Coffee Lover, Coffee Geek ou, simplesmente, quem adora Café: o JAMBOREE BRASIL CAFÉ 2015!

Num processo criativo conjunto, foi pensado baseado nos seguintes pilares: InovaçãoTendências eExperimentação.

Nada de “cardeais” ou “papas” disso ou daquilo, mas gente que realmente está fazendo coisas inovadoras para o Mercado do Café. Produtores e Pesquisadores que estão pensando de forma renovada a produção de café, “fera” da Ciência da Torra, Gustavo do Valle, mostrando dados com alto rigor científico e uma reflexão sobre a diferença entre Apreciar e Avaliar Sensorialmente um produto.

Garimpamos o que enxergamos como Tendências, justamente para fazer todos pensarem juntos!

E, Experimentar cada equipamento, apetrecho e novos produtos é muito incrível porque permite conhecer com mais profundidade o que pode ser adquirido para um deleite diário…

Muitas empresas entenderam a proposta e, assim, foram feitos diversos lançamentos de produtos nesta primeira edição do Jamboree: moinho manual para preparo de Espresso genuinamente tupiniquim, uma água muito bacana, moinho doméstico ECM e uma cachaça que tem proposta interessante de ser base para coquetéis.

Diversas estações de degustação trabalharam incessantemente durante todo o dia 21 de março, oferecendo belos cafés em diferentes serviços como a Trifecta (Bunn), Hario, French Press e Cold Brew. Aliás, num divertido e inovador serviço com chopeira, idealizado pelo Ton Rodrigues do True Coffee Brasil.

Outra idéia fantástica e inspirada foi a “impressão digital” do evento criada pelo Daniel Kondo: logomarca, cartoons e muita diversão!

E já estamos trabalhando para transformar a próxima edição do JAMBOREE BRASIL CAFÉ uma festa ainda maior!!!

Saiba mais do evento no website: www.jamboreebrasil.coffee.

Tudo isso tem um recado básico:

Aprenda, sempre!

Sem medo de ser feliz…