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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

HISTORIA

Competindo por prazer… Baristas em SP!

Thiago Sousa

Sabe qual é a tela que o barista usa para mostrar sua arte?

Resposta: um espresso bem tirado.

E qual é a sua “tinta” preferida?

Resposta: um “gordo” leite para uma bela vaporização…

Sem dúvida executar um lattè artisticamente é o que se pode chamar de uma verdadeira “pintura com café e leite”, onde o espresso funciona como uma tela de pintura e o leite vaporizado, a tinta. Veja nesta foto o atual campeão brasileiro de Lattè Art, Eder Ferreira, vertendo inspiradamente o leite sobre um espresso na cafeteria Suplicy Café, SP.

Depois de um intenso dia no curso avançado, fui com osCompanheiros de Viagem Yara Castanho, atual campeã barista do Brasil, e Paul Germscheid, que representa a La Marzocco no Brasil, à loja Suplicy da Rua Pedroso Alvarenga, no Itaim Bibi, SP, para acompanhar uma competição super-divertida. Yara, que representou o Brasil no último WBC – World Barista Championship (Campeonato Mundial Barista), em Atlanta, abril último, participou de uma competição onde baristas colocavam sua arte à prova de maneira descontraída, em embates de dois a dois.

Quando chegamos, baristas de várias cafeterias e empresas já se faziam presentes, alguns em warm-up (= aquecimento) para a brincadeira.

Cada barista pagou R$ 10 como “inscrição” (na verdade como sua aposta…) e o vencedor levaria o total arrecadado, que incluiu contribuições de simpatizantes.

Durante o aquecimento, os baristas aproveitavam para ensinar a quem quisesse como, primeiramente, “rodar o leite” (vaporizar) e, depois, verter sobre o espresso e executar desenhos. Num clima descontraído, as chaves foram formadas e os juízes convocados: Eliana Relvas, Maria Lúcia Cruz e … eu, seu Coffee Traveler!

Como regra, os juízes não podem ver os competidores executando sua arte, sendo chamados pelo mestre de cerimônias para o julgamento: após avaliar os dois lattès e conferir grau de dificuldade do desenho, simetria e contraste, numa contagem de 1-2-e-3, os jurados apontam para a xícara vencedora. E com direito a urros, vivas e muita farra!

Depois de  muitos duelos divertidos, inclusive com principiantes que “criaram” desenhos de “nebulosas” a “bolinha de papel amassado”, o grande vencedor da noite foi o barista Bruno Silva, do Suplicy, que, como se vê nesta foto, literalmente “abocanhou” o seu merecido prêmio.

Ao ver baristas de diversos locais, como o Eder Ferreira, da Blend Express, o José Renato, do Octavio Café, por exemplo, ficou para mim a feliz sensação de que esse tipo de brincadeira cria um inestimável círculo fraterno, unindo esses jovens profissionais a partir de sua arte e paixão: o café e suas expressões.

Isso tudo deixa transparecer que mera rivalidade comercial pode ser quebrada pelo entusiasmo daqueles que ajudam a mover esse vibrante mercado que o nosso país está aprendendo a conhecer: cafés e profissionais especiais!