Encontro brasileiro de juízes de cafés especiais SCAA
Thiago Sousa
No último dia 02 de agosto, em Pedregulho, SP, aconteceu o 1° Encontro Brasileiro de Juízes SCAA, que são juízes de cafés especiais certificados pela Associação Americana de Cafés Especiais.
A Fazenda Nossa Senhora Aparecida, do Octavio Café, foi o palco do evento, localizada na região da Alta Mogiana. Com uma moderna infra-estrutura para o processamento de café, desde a fase de descascamento do café antes da secagem até a seleção final dos grãos pelo tamanho, cor e densidade, a fazenda automatiza boa parte das operações.
Abaixo, uma vista da lavoura com o sistema de tratamento de água do processo de descascamento em primeiro plano:
O Encontro, que pela primeira vez reuniu os profissionais brasileiros certificados pela SCAA – Specialty Coffee Association of America, teve enfoque técnico com uma revisão da metodologia SCAA de avaliação sensorial de café e uma palestra sobre os efeitos do clima na maturação dos grãos.
Hoje, o Brasil conta com quase 30 Juízes Certificados pela SCAA, contra, por exemplo, mais de 200 na Colômbia!
Além dos juízes, participaram como convidados a ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café, representada pelo seu Diretor Sydney Marques de Paiva, e a Nucoffee, que é uma nova empresa de comércio de café voltada para o mercado de cafés especiais, e que foi representada pela sua alta gerência.
É importante destacar que a ABIC está empenhada com o seu PQC – Programa de Qualidade de Café que complementa o Programa do Selo de Pureza do Café. Num próximo post comentarei sobre esse interessante programa.
Com diversas ferramentas baseadas na Ciência dos Alimentos, entre outros ramos do conhecimento, a metodologia SCAA permite maior precisão na avaliação da qualidade da bebida do café, auxiliando tanto na identificação de atributos da qualidade, como tipo de acidez e nível de doçura, quanto na percepção de defeitos da bebida, como os tipos de adstringência.
Na foto ao lado, a Juíza Monica Leonardi está fazendo a verificação do aroma de um lote de café sob avaliação.
São empregadas 5 xícaras para representar fielmente um lote de café, sendo que cada qual corresponde estatísticamente a 20% do lote.
Os juízes participantes fizeram avaliações sensoriais de diversos lotes de muitas diferentes origens brasileiras como o Cerrado Mineiro, Alta Mogiana, Serra da Mantiqueira, Alta Sorocabana e Sudeste de Goiás.
E houve lotes que impressionaram bastante!
Num momento de descontração, o Júlio, em primeiro plano, e o Kalixto, ambos da Octavio Café, serviram muito bem preparados espressos aos juízes e convidados.
Alguns dos cafés avaliados pela metodologia SCAA, que quantifica a qualidade através de uma escala decimal que vai de zero a cem pontos, tiveram sua prova no serviço deespresso e os resultados foram fantásticos.
Havia um café de Coromandel, MG, que apresentava nitidamente notas de sabor que lembravam frutas vermelhas e que no serviço de espresso fez com que todos perguntassem se haviam colocado vinho de uvas Cabernet na xícara!
Num próximo post farei comentários sobre alguns cafés desta nova safra brasileira.
E, finalmente, uma foto oficial do evento: