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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

HISTORIA

Horiguchi Coffee: Reference for specialties

Thiago Sousa

O mercado japonês se destaca por oferecer cafés de excelente qualidade em média, comparativamente a outros países consumidores. São um pouco menos de 8 milhões de sacas de 60 kg líquidos de café adquiridos anualmente em diversas origens, dos quais mais de 30% do Brasil, com alto padrão de exigência na qualidade.

Um pouco desse sucesso no Japão se deve ao fato de que o japonês é um povo ávido por informação de sólidas bases, quase que sempre científica. Basta você acompanhar os programas da poderosa emissora NHK via satélite para entender o que estou comentando.

Eles procuram destrinchar tudo, vão a fundo em cada questão, mesmo nas mais triviais.

Assim, como era de se esperar, dentre os “loucos” por café apareceram figuras hoje importantíssimas como Mr. Toshihide Horiguchi, conhecido como Horiguchi san, um dos mais respeitados especialistas em café do Japão.

Horiguchi teve uma formação eclética, tendo vivido no exterior e feito andanças pela Europa antes de se decidir pelo ramo do café.

Estabeleceu-se em Funabashi, região metropolitana de Tokyo, com o Horiguchi Coffee, uma cafeteria no estilo da West Coast dos Estados Unidos.

A princípio, nesta loja, ele também fazia a torra num torrador de 15 kg. Hoje, possui um local específico para a torra de café.

Além da loja, cuja entrada pode ser vista na primeira foto, com pés de café em primeiro plano, Horiguchi percebeu a necessidade de se aprofundar na questão da qualidade do café, criando, posteriormente, o seu Horiguchi Coffee Research Institute, muito conhecido em japonês como Horiguchi Kohikobo.

Muito bem equipado para os mais diversos testes de torra e de diferentes serviços de café, é, ainda, um espaço para a realização de cursos e palestras sobre qualidade de café.

Eu, seu Coffee Traveler, tive a satifação de ministrar com Mr. Horiguchi uma palestra em conjunto durante a SCAA Conference que ocorreu em Atlanta, Georgia, em 2004. Foi uma experiência gratificante e que estabeleceu uma forte amizade desde então.

Sua loja tem a “cara” Horiguchi.

Elegante e charmosa, com madeira clara como material dominante e diversos nichos nas paredes, onde, além de peças para venda, ficam expostos quadros, souvenirs de suas viagens internacionais, além de certificados de seus cafés emoldurados para o conhecimento dos seus clientes.

Uma grande máquina de 3 grupos faz o principal serviço de espresso e as bebidas derivadas, porém, ainda o tradicional coffee, que é mais diluído que o nosso cafezinho, é o campeão de vendas como serviço de café.

A pastisserie também tem o toque Horiguchi. Com delicadas massas, que muito lembram doces vienenses, fazem o deleite visual e gustativo, compondo um excelente conjunto com os impressionantes cafés oferecidos.

Em seu menu, estão cafés de diversas origens, pessoalmente garimpadas em suas diversas viagens aos países produtores. Cafés dos países do leste africano, Guatemala e outros Centrais, além de um Brasil Cerrado, do Companheiro de Viagem Gláucio de Castro, integram essa seleção.

Um outro destaque: com sua verve artística, Mr. Horiguchi é um apreciador das transparências, colecionando peças em vidro.

Porém, sem dúvida, sua coleção de peças de Murano, a famosíssima origem italiana para vidrarias artesanais, é digna de nota.

Ou seja, além da “viagem” sensorial com os excepcionais cafés e deliciosos bolos, a experiência visual pode ser inesquecível para quem vier a visitar esta importante cafeteria.