11° Mandamento: Não serás impuro.
Thiago Sousa
No final da semana passada foi veiculada no jornal Diário da Manhã, de Goiânia, GO, uma notícia sobre indústrias de café de Goiás que estavam comercializando café torrado e moído (T&M) com impurezas.
O Procon-GO autuou 18 empresas no total, sendo que três marcas são de Goiânia e as demais situadas nas cidades de Acreúna, Caldas Novas, Ceres, Ipameri, Itumbiara, Morrinhos, Porangatu, Rialma, Rio Verde, Catalão e Pires do Rio.
Palha ou Casca de Café, como empregada por essas empresas fraudadoras.
Na análise, realizada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), com base na resolução 277/05 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foram detectadas substâncias estranhas ao café, como cascas e paus, com os seguintes percentuais: Café Romeiro de Trindade (10,5%) Café 2 Irmãos (8,5%), Café Ouro Forte (6,5%), Café Monjolo (5%), Café Diamante Negro (4%), Café Serra de Caldas (3,5%), Café Trocipal (3,5%), Café Colono (3%), Café Ipameri (3%), Café Olímpico (3%), Café Rio Verde (3%), Café Franciscano (2,5%), Café Rio Negro (2,5%), Café Ouro Rico (2,5%), Café Faixa Nobre (2,5%), Café Goiás (2%), Café Caseiro Tradicional (1,5%) e Café Recheio (1,5%).
Pelo fato de existirem lavouras de café esparramadas ao longo das Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, além de se fazerem presentes em alguns estados da Região Norte, cria-se uma facilidade muito grande de aquisição de matéria-prima por parte da indústria de torrefação.
Grãos quebrados e pedaços de pau. Observe a presença de alguns grãos pretos: nestes estão os compostos fenólicos que conferem o “amargor medicinal”.
Outro agravante é que na busca por uma matéria-prima de baixo valor (diferente de valor competitivo), a principal opção é o emprego de cascas de café, usualmente denominadas “Palha de Café”.
Devido à presença residual de açúcares da polpa, geralmente as cascas denominadas “melosas” acabam conferindo sabor adocicado à bebida, compondo blend, se é que assim poderíamos chamar essa mistura, com os grãos quebrados, fermentados e pedaços de paus, por exemplo.
Esse tipo de fraude é mais comum no interior, pois além da fiscalização menos intensiva, há a cultura de se beber “cafezinho amargo e bem preto”, resultado de uma torra muito profunda de um blend com grãos deteriorados.
O ideal seria que o blend fosse composto por grãos inteiros, de boa qualidade ou, no mínimo, razoavelmente passável, dentro de um critério de avaliação que a ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café está desenvolvendo com o seu PQC – Programa de Qualidade de Café.
Por isso é importante sempre observar, ao adquirir o seu café Torrado e T&M (Torrado e Moído), se oSelo de Pureza ABIC está estampado.
A presença deste selo é a garantia de que não existem impurezas. Ou, se existirem, há a possibilidade de fazer valer os seus direitos contidos no Código de Defesa do Consumidor.
E, também, agora há o Selo de Qualidade ABIC, que você pode conferir a seguir: