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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

CIÊNCIA

O gosto da luz

Ensei Neto

Uvas sirah, vinícola Pireneus, GO.

Uvas sirah, vinícola Pireneus, GO.

A diversidade de seres vivos que o nosso mundo abriga é praticamente incontável, tendo sua distribuição de acordo com a capacidade de adaptação de cada indivíduo ao meio ambiente.
De polo a polo, a variação de incidência da luz do sol é muito grande, contando com uma providencial ajuda celestial que promoveu o deslocamento do eixo do planeta em perfeitos 23º 27’.  Na linha do Equador praticamente a duração do dia e noite não se altera ao longo do ano, sendo o divisor das estações apenas o regime de chuvas, ou seja, há o período chuvoso e o da seca, enquanto que na faixa compreendida entre os trópicos e os círculos polares, as 4 estações ficam perfeitamente definidas.

É essa quantidade de luz do sol ao longo do ano que determina o ritmo de vida em cada pedaço da Terra. Cada ser tem sua necessidade de energia para manter suas funções vitais funcionando direitinho; o que difere algumas classes de seres vivos é sua capacidade de se alimentar e, assim, garantir essa quantidade de energia.
Nesse ponto, as plantas tem um mecanismo notável, que é a Fotossíntese. Captar a energia do sol e transformá-la em diferentes moléculas que compõem sua estrutura e os chamados processos da vida é um processo que beira um ato divino.

É uma cadeia de reações que se inicia com a captação da energia do sol, prosaicamente chamada de luz, por estruturas especialmente desenhadas e conhecidas por Clorofila, pigmento que tem capacidade fotossintética, isto é, de transformar a luz em algo, digamos, palpável. A reação de Fotossíntese converte a água e o gás carbônico através da energia do sol em carboidratos e oxigênio.
Carboidrato é o nome químico que se dá aos açúcares, sendo estes os responsáveis pelas reações da vida, ao participarem do processo reverso ao da Fotossíntese. As reações da vida são, por exemplo, designadas pela respiração, que captura o oxigênio para reagir com açúcar e, assim, gerar energia. É assim que a vida flui!

Logo, podemos denominar o açúcar como "combustível da vida", pois as reações para essa finalidade precisam obrigatoriamente dessas substâncias. E o mais incrível disso tudo é que, por conclusão, Doce é o gosto da luz do sol!

Se prestarmos atenção nos dois processos, a Fotossíntese e o chamado Ciclo de Krebs, que é quando o açúcar sofre transformação para gerar energia necessária para as funções vitais, fica claro que a Natureza trabalha de forma equilibrada.
A luz tem de ser abundante para que as plantas possam fazer sua captura e, assim, criar sua reserva de energia para, em seguida, esta ser empregada para que o organismo se mantenha vivo.
Veja como é incrível lógica a Natureza: primeiro se deve produzir para, então, gastar!

Por outro lado, a quantidade de energia não pode ser excessiva, pois isso pode causar danos à planta. Na ausência de sombra ou na falta de um protetor solar, em momentos de sol intenso e ambiente seco, as plantas padecem, chegando a sofrer queimaduras e, logo, perdendo capacidade vital. Não diferem de nós nesse ponto...
A compreensão desses fenômenos é fundamental para interpretar com maior rigor o comportamento dos vegetais ano após ano, safra após safra.

No caso específico das frutas como as uvas viníferas e do cafeeiro, diferentes doses de luz ao longo do seu ciclo são determinantes para se definir seu perfil sensorial, pois têm impacto direto nos processos metabólicos. As 4 estações do ano não existem por acaso, cumprindo importante papel no controle da quantidade de luz em cada etapa do ciclo das frutas! 
A certeza que se tem é uma só: doces, muito doces devem ser as frutas para se garantir uma bela experiência, seja na taça, seja na xícara. 

#coffeelosofer