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São Paulo

The Coffee Traveler by Ensei Neto

MERCADO

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Dia Internacional da Mulher… Com Café!

Thiago Sousa

Ah, o que seria do café sem essas mulheres tão incríveis?

Ficaríamos todos desamparados, como um Cappuccino sem Leite!

A História dos Cafés do Brasil teve um início romanceado com a participação da Madame D’Orvilliers, que ofereceu mudas de cafeeiro para o galanteador sargento Mello Palheta, que as trouxe para o Pará, de onde esta planta se disseminou por diversos Estados.

A Cafeicultura ficou como algo exclusivo do mundo masculino, à exceção dos tempos de colheita, quando as mulheres recolhiam delicadamente os rubros frutos.

O tempo passou, o mundo mudou e o que era doce se acabou… Bem, não foi assim, ainda bem!

As mulheres passaram a ter maior presença onde apenas os homens se sobressaíam ou simplesmente comandavam. Assim como houve a “Revolução Feminina” na Europa para que também pudessem as mulheres apreciar o Negro Vinho, a Cafeicultura em todos os seus setores experimentou a entrada dessas doces revolucionárias…

Mulheres na lida das fazendas vem se tornando cada vez mais comum, assim como muitas lideranças que alternam seus momentos de “botina de bico sujo de terra” com os de “sapato de salto alto”. Propriedades onde as mulheres tem o comando tem apresentando espetacular consistência nos resultados colheita após colheita. Talvez o cuidado e carinho que o espírito masculino sempre com altas doses de adrenalina e centrado em desempenho acaba não dispensando aos detalhes seja o diferencial do feminino. Como diz uma grande amiga e Companheira de Viagem, o toque feminino acaba dando um colorido especial nas coisas.

Baristas (sim, no Brasil elas são a esmagadora maioria), agrônomas, mas, também, superespecialistas Coffee Hunters e Juízas Certificadas Q Graders (pelo CQI – Coffee Quality Institute) são os novos terrenos onde as mulheres estão marcando presença.

E verdade seja dita: é impossível pensar no Mundo do Café sem as Mulheres…

Por isso, Vivas! Com Excelentes Cafés!

International Women’s Coffee Alliance: Mulheres no Café

Thiago Sousa

As Feiras e Simpósios da SCAA – Specialty Coffee Association of America são sempre palco de grandes acontecimentos e eventos ligados à indústria e mercado do café, como a da semana passada, que teve lugar em Anaheim, CA.

Uma das reuniões que vem acontecendo sob a dinâmica da Feira é a da IWCA – International Women’s Coffee Alliance, que teve participação de brasileiras, como conta a Companheira de Viagem Josiane Cotrim Macieira, que além de cafeicultura, é Embaixatriz do Brasil na Nicarágua e romântica defensora das tradições cafeeiras das Matas de Minas:

Brasil terá seção do International Women’s Coffee Alliance – IWCA.

A semente foi plantada, o solo é fértil e o insumo adequado – a colheita promete.

Durante o 8⁰ Café da Manhã Anual do IWCA – sigla em inglês para International Women’s Coffee Alliance, ocorrida como parte do programa da 22⁰  SCAA Show, um grupo de mulheres brasileiras se encontrou  e descobriu um ideal comum: criar o “capítulo” (chapter em inglês) da IWCA no Brasil. Afinal, como falar de mulheres do café sem a presença brasileira? Foi dada a partida com a solicitação junto à diretoria da entidade para que possa ser formada uma seção no Brasil, cuja intenção é organizar um grupo com mulheres de diferentes especialidades que apóiem as produtoras brasileiras.

Na mesma ocasião foi firmada a carta de intenções para formar o “chapter” colombiano da IWCA. Agora espera-se que chegue a vez do Brasil, além do que as atenções também estão se voltando para o continente africano, berço do café, onde a participação feminina no cultivo do produto é particularmente notável.

A coordenação deste encontro acolheu a solicitação para a instituição do “capítulo” brasileiro da IWCA através de Mery Santos, sócia pioneira da IWCA. Pelo Brasil estiveram presentes Carolina Castro Silva, Daniel Friedländer e Roberta Armentano (Nucoffee/Syngenta); Eliane Sobral e Maria Fernanda Mazzuco (JoyBrazilcoffee), Liana Baggio Ometto e a jornalista e pequena produtora de café das Matas de Minas, Josiane Cotrim Macieira. Veja as participantes nesta foto.

O IWCA surgiu da visão de Karen Cebreros e Kimberly Easson, que planejaram uma viagem de 18 mulheres da indústria de cafés especiais à Nicarágua e Costa Rica em 2003 a fim de conectar mulheres que trabalham na indústria do produto na América do Norte com produtoras de café da América Latina. O objetivo era proporcionar um melhor entendimento dos desafios enfrentados pelas mulheres nos países produtores, criando, ao mesmo tempo, uma maior ligação entre as mulheres de todos os segmentos da indústria do café.

Hoje, a IWCA, que é uma organização sem fins lucrativos, oficialmente conta com 11 membros na junta diretiva, sete comitês e quatro “chapters” internacionais.

Nicaragua: Mulheres & excelentes cafés

Thiago Sousa

Ontem foram conhecidos os 26 lotes vencedores do Concurso “Taza de la Excelencia”, como é conhecido na Nicaragua o tradicional certame Cup of Excellence.

O lote campeão foi produzido na Finca La Esperanza, de Maria Amparo Castellano, que fica na localidade de El Volcán, Dipilto, na província de Nueva Segóvia, norte da Nicaragua. Este lote recebeu nota 92,75 dentro do Sistema CoE (Cup of Excellence).

O lote que obteve a segunda colocação, com 91,83 pontos CoE, também é do mesmo município, Dipilto, produzido na Finca El Recuerdo, deJosé Efrain Espinales.

A Companheira de Viagem Josiane Cotrim Macieira, esposa do Embaixador do Brasil na Nicaragua, é também “louca” por café e pela forte ligação com “o grão que mudou o mundo” participou da cerimônia de encerramento deste concurso, enviando-me com exclusividade as informações. As fotos neste post são da fotógrafa Adriana Chamorro, que captou nesta primeira o corte(colheita) feita por uma senhora na Finca Santa Rita, província de Jinotega.

A cafeicultura nicaraguense vem apresentando uma tendência vista em outros países, que é presença cada vez maior de mulheres conduzindo as pequenas propriedades produtoras de café. Neste aspecto, há um movimento que tem o suporte da SCAA – Specialty Coffee Association of Americadenominado IWCA – International Women in Coffee Alliance, também conhecido por Café Femenino. Formado por mulheres atuantes nos diversos segmentos do café, da produção ao serviço ao consumidor, desenvolve ações educacionais e de suporte nos países produtores.   

Até um passado recente, a Nicaragua sofreu intensamente por instabilidade política e guerrilhas, a exemplo do que ocorre no Haiti. Porém, a reconstrução tem sido feita com determinação e parte da economia tem no café como importante fonte de divisas.

Apesar da topografia íngreme imposta pelas montanhas e vulcões, isto se converte num afortunado trunfo para a produção de cafés através da constituição de um privilegiado “terroir”.

Outro aspecto que gostaria de comentar é que o resultado final mostra o equilíbrio da competição, o que torna particularmente árdua a tarefa dos juízes. Para que o resultado tenha consistência e coerência, é fundamental o uso de ferramentas estatísticas aplicadas à psicofisiologia. Dentro da Metodologia SCAA, por exemplo, é empregada a teoria desenvolvida por Fechner e Weber, que considera que a percepção individual de qualquer estímulo é logaritmicamente proporcional a aquele estímulo. Isto significa que conforme os valores se tornam cada vez maiores, mais estreita se torna a faixa de variação, digamos, das notas que podem ser atribuidas para a percepção ao estímulo.

É por isso que cafés, bem como vinhos, com altíssima qualidade e, portanto, que alcançam altíssimas pontuações muitas vezes não tem esse diferencial reconhecido pelo consumidor em geral, pois é necessário, além de aptidão, um grande treinamento.

Daí, cabe aos Mestres de Torra e, posteriormente, aos Baristas a missão de realizar esmerados serviços para que toda essa qualidade possa dignamente ser apreciada em cada xícara.